terça-feira, 26 de abril de 2011

Colatto recebe carta com 28 demandas dos cooperados Alfa

“Brasil tem a maior burocracia do mundo e isso pesa cerca de 4% do nosso PIB”, admite o deputado federal, Valdir Colatto

Vários deputados estaduais e secretários de governo já estão com o documento embaixo do braço. Perseguindo o conclame às autoridades públicas acerca de 28 indicações demandadas por 15.200 famílias de associados à Alfa, que foram sintetizadas e maturadas em 2010 por mais de 500 líderes comunitários, o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet, entregou dia 20 de abril o “caderno” ao deputado federal, Valdir Colatto, na sede da cooperativa em Chapecó - SC.

Colatto comentou sobre as fortíssimas barreiras comerciais impostas por países potencialmente compradores de nossos alimentos, tema este sugerido pela Cooperalfa para análise. Para o deputado do PMDB, que admite tal absurdo, temos que seguir tudo o que os importadores preconizam, especialmente no tocante à sustentabilidade, mas o reverso não é verdadeiro. “Se nosso bife de gado for originário de floresta ´desmatada´ - na visão deles -, nem querem saber de prosa”, reclama Colatto. Ao ser indagado por Bet sobre a visível fragilidade interna em termos de competitividade, o pemedebista percebe que a maior causa reside no fato de termos leis tão complexas, que perto de 90% da produção nacional estejam na ilegalidade ambiental, por exemplo. “Nossa realidade é igual a dos outros; o problema é que há incoerência em nossas leis, que pararam no tempo e debitaram ao agricultor todos os problemas ambientais”, disse o parlamentar.

Para Colatto, cerca de 4% do PIB nacional está sendo “usado” para pagar a máquina arrecadatória de tributos. “Estamos afundados na maior burocracia do Planeta”. Presente à reunião, o gestor contábil da Alfa, Gilberto Fontana, disse que 50% da mão-de-obra do referido setor dentro da cooperativa atuam para entender o “emaranhado das leis”, ou seja,”trabalhamos para o governo”, relatou o gerente, “sem contar outras áreas, como nosso RH e a assessoria jurídica”. Bet acrescentou que o Brasil está entupido de normas e portarias, umas destronando outras, seja na educação, no direito do trabalho, na saúde, na logística, etc. O deputado federal admite que o Congresso Nacional não tem coragem de enfrentar, nem de frear essa paralisia chamada “legislação infra-legal”. Colatto anunciou que está liderando em Brasília um movimento para criar a Frente Parlamentar da Desburocratização e espera amplo apoio para a difícil empreitada.

Fontana é enfático em afirmar que estamos próximos de um “imperialismo governamental” onde, no fundo, “quem determina tudo, quanto e como vai arrecadar é o Governo Federal, sem a mínima chance de os demais poderes se manifestarem, nem o judiciário, nem o legislativo, e questiona: isso é democracia?”

Preços Mínimos?

O encontro ainda teve uma “sobremesa” de Preços Mínimos. Os agricultores brasileiros não entendem o porquê, de quando os preços de mercado alcançam patamares muito acima ou muito abaixo dos estabelecidos, o Governo não executa tal política. Para Bet, deveria existir dotação orçamentária que aplainasse esses solavancos, a exemplo do atual momento pelo qual passa a suinocultura, que apresenta ganhos ínfimos ao produtor. “Se o governo continuar entendendo que o mercado regula tudo, está muito enganado”, reclama o líder cooperativo. Para Colatto, o fato de o Governo dar uma de Pilatos e “lavar as mãos”, é uma forma de menosprezar a classe agropecuária, um setor de elevado risco e sujeito ao ataque dos oligopólios, inclusive internacionais.

A Cooperalfa vai continuar alimentando e “atiçando” líderes políticos e governos, com a referida carta reivindicatória. “E, na medida em que as conquistas forem sendo alcançadas, nossos cooperados terão acesso às referidas informações”, disse o presidente da Alfa. No encontro, também esteve presente o presidente da Coopercentral Aurora, o agrônomo, Mário Lanznaster.


Fonte: Assessoria de Comunicação Cooperalfa

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